quarta-feira, 2 de março de 2022

Adolescência

Se vos pedisse para me dizerem o que pensam sobre os adolescentes, que respostas me iriam dar?

Quando acreditamos que a adolescência é uma fase complicada, que os adolescentes são todos iguais, que não querem saber de nada, que são irresponsáveis, instáveis e que não querem saber da família (entre muitas outras coisas) estamos a focar na dor, nos problemas e a construir muros que nos afastam cada vez mais dos nossos jovens.

Eu prefiro olhar para a adolescência como uma fase cheia de oportunidades para a educação e desenvolvimento social.

Mas para ter este olhar precisei de estudar, aprender e compreender realmente o que se passa ao nível do desenvolvimento cerebral dos adolescentes nesta fase.

O comportamento impulsivo, irracional e por vezes até perigoso está diretamente ligado com o desenvolvimento do cérebro.

Na adolescência é o sistema límbico que prevalece, ou seja, quem está no comando são as emoções. A parte racional do cérebro (córtex pré frontal) está a trabalhar intensamente para se desenvolver…. mas vai levar algum tempo a amadurecer.

Assim, tomar decisões lógicas e racionais, planear, pensar nas consequências das suas ações e até pensar antes de agir é algo difícil para eles. Mas todas estas coisas são esperadas e naturais.

O problema é que a grande maioria dos pais e educadores não têm conhecimento disto. Não percebem que é natural e, como não sabem, também não conseguem passar esse conhecimento essencial aos próprios adolescentes que, muitas vezes, também não se reconhecem e se sentem mergulhados num caos de emoções com as quais não sabem lidar.

Nesta fase os jovens precisam mais do que nunca do nosso apoio, de uma orientação amorosa mas firme. Precisam de disciplina e paciência sem julgamento e precisam de muita conexão. Mas esta orientação terá de ser feita de forma diferente, respeitando as suas necessidades e características da fase específica pela qual estão a passar.. 

Pais e educadores têm de aprender primeiro, para poderem ensinar depois.




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 Geralmente, em dezembro, fazemos o balanço do ano. Refletimos sobre o que correu bem, o que poderia ter sido melhor, o que ficou por fazer,...