Uma das falas recorrentes que ouço de pais que tentam mudar a sua forma de educar e abraçar uma educação mais consciente e respeitosa (ao fim de 15 dias, às vezes até menos) é: “isto não funciona”!
Sabe a razão pela qual não funciona?
Porque o “querer mudar”, o decidir mudar é apenas o primeiro passo. É absolutamente fundamental, mas precisa de sustentação.
Quando decidimos mudar alguma coisa é porque sentimos desconforto, descontentamento com alguma coisa que não está a funcionar: é o nosso PORQUÊ (o nosso norte e guia interior; é como que um lema).
“quero deixar de gritar, de punir, quero que os meus filhos corram para mim e não de mim”
O meu “PORQUÊ” é o que vai sustentar o meu “COMO”.
Mudar a forma de educar, implica mudar os nossos comportamentos, os nossos padrões automáticos. E é aí que está a grande dificuldade: é preciso reprogramar o nosso cérebro, é preciso mostrar um caminho novo e repetir sucessivas vezes, para que esse novo caminho substitua o outro.
Precisamos de estar conscientes dessa dificuldade e precisamos ter bases que nos sustentem:
1º)Precisamos saber quem somos. Se eu não me permitir ser quem sou, como vou conseguir permitir que o meu filho seja?
2º)Para fazer diferente temos que desconstruir a ideia que temos de “educação” e, para tal, é preciso visitar a nossa infância. É necessário olhar para as nossas dores/feridas e crenças porque isso impacta a nossa vida e a nossa parentalidade. Precisamos nos reconectar conosco para que possamos reprogramar crenças e abrir espaço para novos conceitos.
3º)Precisamos de novos recursos de educação.
Relembro que a educação consciente nada tem que ver com permissividade. Os limites existem, estabelecemos regras, dizemos “não” e exercemos autoridade (sem autoritarismo).
É fundamental entender sobre desenvolvimento infantil: sobre as fases naturais, sobre como funciona o cérebro da criança, sobre comportamentos esperados para cada fase.
E, se vamos deixar de usar o grito, a punição e a recompensa (ferramentas da educação tradicional), ficamos com o quê? Como vamos educar?
É necessário aprender novas ferramentas. E aqui entram as ferramentas da disciplina positiva.
Este é o grande desafio da parentalidade consciente e é também o convite incrível que os nossos filhos nos trazem: desconstruir para juntos (pais e filhos) construirmos uma parentalidade única, autêntica que faça sentido para o nosso sistema familiar, em que todos possam SER quem vieram para SER. Uma parentalidade baseada no amor, no respeito, no igual valor, na liberdade que garanta um ambiente emocionalmente suportivo onde os nossos filhos se sintam amados e aceites.
Sem comentários:
Enviar um comentário