Quando ouço expressões como “geração rasca” ou “geração perdida” sinto-me profundamente triste.
Não existem gerações rascas ou perdidas. Existem jovens que fazem o melhor que conseguem com os recursos que têm. E uma coisa vos garanto: a geração atual é forte, é corajosa (mesmo quando se refugia no medo) e é destemida! Enfrentam desafios completamente diferentes dos que nós vivemos e, por isso, muitas vezes vão para o mundo sem referências… sem modelos…sem preparação ou proteção…
Por outro lado, entendo o que está por trás dessas expressões: muitos dos nossos adolescentes (e isto acontece em termos mundiais) estão emocionalmente adoecidos e fragilizados.
Agora pensem comigo: quem são os pais desses jovens? Quem são as bases dos sistemas familiares onde as crianças e jovens crescem e se desenvolvem? Somos nós, os da geração passada.
Então, de onde vem o adoecimento e a fragilidade? Quem modela isso? Nenhuma criança nasce má ou a saber odiar. Nenhuma nasce emocionalmente doente ou frágil: nascemos “programados” para amar incondicionalmente os nossos cuidadores, a capacidade de conexão é inata, até porque é uma questão de sobrevivência. Nascemos cheios de potência emocional! Mas então o que acontece pelo caminho?
Como cuidar dos filhos se não cuidarmos dos pais? Como vamos dizer a uma mãe ou a um pai para socorrer os seus filhos, se esses filhos são reflexo de pais que não conseguiram colocar a “máscara de oxigénio” em si mesmos?
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