quarta-feira, 31 de agosto de 2022

Distúrbios Alimentares

 Os distúrbios alimentares na adolescência são problemas do foro psicológico que se caracterizam pela obsessão por um autocontrolo na ingestão de alimentos e peso corporal, tendo como principais subtipos a anorexia, bulimia e compulsão alimentar. 

Estudos comprovam que os distúrbios alimentares na adolescência não estão apenas relacionados com a alimentação, eles coexistem geralmente com outras doenças como a depressão ou a ansiedade.


Hoje sabe-se que a genética cria uma certa propensão para estes distúrbios, mas também se sabe que são os fatores ambientais que tem aqui o papel principal, podendo contribuir positiva ou negativamente para a doença. 


Os distúrbios alimentares na adolescência são tratáveis, sendo que cada subtipo requer um tratamento diferenciado.

Se está a viver este problema com o seu filho deverá procurar a ajuda conjunta de profissionais na área da psiquiatria e psicologia, os quais vão aconselhar sobre a melhor abordagem terapêutica para o subtipo de distúrbio alimentar em causa.


Saiba que, a primeira fase de qualquer processo de tratamento é o reconhecimento do problema, por mais doloroso que seja admiti-lo. Assim, mais uma vez, a família é um pilar essencial sem o qual o tratamento dos distúrbios alimentares na adolescência é (quase) impossível. 


Termino com uma fala para todas as mães que estão a viver esta realidade: não alimentem a culpa que sei que sentem, porque vocês serão as melhores aliadas dos vossos filhos na recuperação!





terça-feira, 30 de agosto de 2022

Mudanças nos hábitos alimentares

 Não é estranho que durante a adolescência o estilo de vida dos jovens sofra alterações, afinal é uma fase de profundas mudanças físicas e sociais que implicam novas emoções e  descobertas de novos interesses. 

Verificamos frequentemente uma diminuição das horas de sono, uma diminuição da prática desportiva e as próprias refeições ficam em segundo plano. Muitos jovens optam por fast food, saltam algumas refeições e preferem alimentos de elevada densidade energética em detrimento de alimentos mais nutritivos. Também é nesta fase que geralmente experimentam bebidas energéticas ricas em cafeína e descobrem as bebidas alcoólicas.

As alterações dos hábitos alimentares e de comportamentos poderão levar a deficiências nutricionais e excesso de peso que terão impactos na autoperceção do adolescente e na consequente satisfação ou insatisfação em relação ao que vê e perceciona de si próprio.

Este é o cenário típico que leva um jovem a iniciar a primeira dieta. O problema está no facto de muitas vezes essas dietas não serem devidamente vigiadas, sendo que por vezes, ocultam situações de restrição alimentar e até distúrbios alimentares. 

Também é usual que, nesta fase, surjam os regimes de alimentação vegetariana e vegan que, se não forem devidamente acompanhados poderão comprometer a saúde física e mental dos adolescentes.

Distúrbios alimentares são problemas bastante sérios que, enquanto pais, devemos estar atentos.  Vários estudos mostram que muitas tentativas de suicídio estão frequentemente associadas com vários subtipos de distúrbios alimentares. 

Por isso, é fundamental estarmos conscientes e atentos às mudanças que vamos vendo nos nossos filhos. Da mesma forma, é essencial buscar informação sobre o tema para podermos informar e alertar para os perigos das más escolhas alimentares nesta fase crítica do desenvolvimento dos jovens.

 

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segunda-feira, 29 de agosto de 2022

Nutrição na Adolescência

 É na adolescência que se inicia o processo de criação daquela que virá a ser a identidade do jovem. Por isso, é natural que aconteça um afastamento emocional dos pais e que as relações com os pares assumam uma importância essencial na vida dos adolescentes. Assim existe uma necessidade real e absoluta de serem aceites e de se sentirem pertencentes dentro do grupo em que estão.


Nesta fase, não querem ser diferentes, querem pertencer, fazer parte da “tribo” e ser reconhecidos. Querem afirmar-se e conquistar um lugar perante os pares. É assim que, naturalmente, surge a preocupação com o corpo e a imagem corporal. 


E é exatamente durante a adolescência que acontecem grandes mudanças ao nível do peso: nas meninas ocorre um ganho acentuado de peso (aumento da massa gorda) enquanto que nos meninos se verifica uma diminuição da massa gorda e um aumento da massa magra.


Todas essas alterações na composição corporal, associadas à aceleração da velocidade de crescimento e desenvolvimento físico dos adolescentes têm impacto nas necessidades energéticas diárias. E, muitas vezes, devido aos ideais de perfeição que a sociedade “vende” e também devido à pressão provocada pelos pares, alguns jovens (por baixa autoestima e insatisfação com a sua imagem) podem desenvolver distúrbios alimentares.


Mais uma vez, os pais são essenciais para alertar e explicar os riscos para a saúde de determinados regimes alimentares e influenciar os miúdos a terem hábitos alimentares saudáveis e adequados. 




sexta-feira, 26 de agosto de 2022

Mito ou Facto? Adolescentes são viciados em Tecnologia.

  O tédio é um dos sinais mais confiáveis de que o sistema de recompensa da criança entrou na adolescência. Por definição, tédio é aquele estado indesejável em que nada parece atraente o suficiente: nenhuma das opções habituais de entretenimento parecem valer o esforço. E, também quase que por definição, o melhor remédio para o tédio é... arranjar algo novo e excitante para fazer.

Na adolescência, o jovem precisa se ajustar a uma perda crescente da capacidade de ativação do sistema de recompensa, à medida que o número de recetores para dopamina progressivamente diminui. As implicações são visíveis no comportamento. Com menos recetores, é preciso buscar estímulos mais fortes.

 Devido a todas as alterações que estão a acontecer no cérebro em desenvolvimento, os jovens têm muita dificuldade em dizer não aos estímulos sem fim que vêm da internet. Por isso sim, existe a tendência a abusar da tecnologia.

O uso excessivo de tecnologia tem causado nos adolescentes a síndrome do pensamento acelerado. Muitos estímulos prejudicam a concentração e causa uma irritabilidade fora do normal.




quinta-feira, 25 de agosto de 2022

Limites e Telas

 A Cultura digital é uma das várias competências sócio emocionais (a par do Pensamento científico, crítico e criativo; Repertório Cultural, Comunicação, Trabalho e Projeto de Vida; Argumentação; Autoconhecimento e Autocuidado; Empatia e Cooperação; Responsabilidade e Cidadania) que fazem parte da formação e do desenvolvimento do ser humano. São habilidades que se podem aprender, praticar e ensinar.

Estas competências integram o processo de cada um para aprender a conhecer, a conviver, a trabalhar e a ser.

Portanto, entendemos claramente que o acesso ao digital é importante. Da mesma forma, percebemos a importância do nosso papel enquanto orientadores e responsáveis pela segurança e saúde dos nossos miúdos: avisá-los sobre os perigos que podem estar escondidos na Internet, além de ajudá-los a se desconectarem.


Assim, é inevitável conversar sobre limites.

Os filhos precisam de limites. O limite protege e norteia.  Os pais estabelecem limites.Os seus limites são pautados pelos seus valores, pelas suas crenças e pela sua forma de educar, pelo que não se compare.

E lembre-se: 

● O poder de dar, trocar ou não o telemóvel dos filhos, controlar os planos oferecidos, a senha do wifi e TV a cabo é dos pais.

● Ofereça escolhas limitadas sobre o tempo de exposição às telas.

● Ensine como agir diante de intimidações nas redes.

● Ajude a instalar configurações de privacidade.

● Deixe claro que, caso algo não esteja conforme o esperado nas redes sociais, eles podem contar sempre consigo. Conversem sobre o Cyberbullying, exposição e pornografia.

● Criem combinados juntos e sempre que necessário revejam e busquem novas soluções para comportamentos indesejados.

● Crie programas e opções fora de casa e do âmbito digital para os ajudar a desconectar e a descobrir novos interesses.

● Seja o exemplo e conversem muito!




quarta-feira, 24 de agosto de 2022

Os adolescentes da Era Digital

 Hoje quero relembrar que a forma como se vive e encara adolescência está diretamente ligada à sociedade e ao momento histórico que se vive.

Ainda que entre grandes desigualdades e diferenças uma coisa é certa, os nossos adolescentes vivem numa era de informação e de grande evolução tecnológica – “ver adolescentes é ver ecrãs”, eles não se limitam a utilizar eles estão dentro dela.

Não podemos ficar à margem e deixar de considerar este novo paradigma.  Para podermos garantir que as vidas dos nossos jovens sejam muito mais do que ecrãs, é preciso saber educar para os perigos da Internet para que saibam navegar em segurança pela rede. É tempo de também nós aprendermos e entendermos o digital. Somos nós que temos de apanhar o comboio, se queremos continuar a viajar com eles.

Os nossos miúdos precisam de nós para aprenderem a serem pessoas na companhia de outras pessoas numa sociedade global de informação, sem que isso signifique exclusão virtual.  Assim é fundamental regularmos os tempos e os sítios onde colocam a sua atenção.

É essencial termos consciência que nós somos o exemplo por isso cuidado, até que ponto está a ser um bom exemplo? Lembre-se que a responsabilidade de estabelecer limites e regras é inteiramente nossa. Assim como também é nossa a responsabilidade de pedir ajuda especializada se percebermos que existe já uma adição.



terça-feira, 23 de agosto de 2022

Telas, uma droga perigosa

 No post anterior expliquei que o sistema de recompensa é responsável pela busca de estímulos causadores de prazer. Através do reforço positivo da recompensa, obtido em experiências prazerosas, o organismo é impelido a buscá-las repetidas vezes.

O problema é que nem todos os prazeres da nossa vida são essenciais para a sobrevivência – alguns, inclusive, podem fazer mal. Por isso, temos o córtex pré-frontal, que também faz parte do sistema de recompensa que nos dá a capacidade para ponderar, pensar, avaliar e fazer escolhas – pensar a nosso favor.

Mas, como já sabemos, na adolescência essa parte mais racional está como que em “segundo plano” (estão a acontecer mudanças profundas e intensas) sendo o cérebro emocional que assume o comando na maior parte do tempo. Portanto, a capacidade para fazer boas escolhas, controlar emoções e comportamentos é limitada….

Como diz Jaume Funes “a identidade é, em parte e inevitavelmente, digital” – nos dias de hoje parece não haver identidade sem perfil de rede social, da mesma forma que parece não haver socialização sem interação digital. 

Estamos na era digital e, a internet é uma porta mágica, uma janela para um mundo de possibilidades. Um mundo virtual, onde não existem horas, nem noite e dia. Uma realidade virtual que é bastante real. 

Mas esse é um mundo perigoso, repleto de estímulos feitos para viciar pessoas de todas as idades. Por isso, atualmente muitos consideram as telas uma das drogas mais perigosas do mundo. Uma droga que está a ser consumida livremente por muitos adolescentes.

E sim, pode tornar-se uma grande vilã na mente dos nossos jovens, quando o seu uso é feito de forma exagerada, sem controle, acompanhamento e sem responsabilidade.




segunda-feira, 22 de agosto de 2022

O Sistema de Recompensa

 O sistema de recompensa é o conjunto de estruturas cerebrais que nos permitem sentir sensações de prazer e nos fazem querer mais.

As mudanças que acontecem no sistema de recompensa durante a adolescência, fazem com que todas as atividades que antes eram prazerosas na casa da família subitamente percam o atrativo. Porquê? Porque nesta fase ocorre uma perda significativa dos receptores de dopamina - menos receptores implicam uma satisfação proporcionalmente menor.

O resultado é que estímulos outrora interessantes deixam de conseguir ativar o sistema de recompensa, o que leva ao tédio.Da mesma forma, a motivação depende da ativação antecipada do sistema de recompensa logo, encontrar motivação suficiente para fazer qualquer coisa também se torna um problema.

Portanto, o cérebro adolescente precisa de mais estímulos para gerar motivação suficiente para vencer a inércia. Tudo o que é novo é uma maneira certeira de ativar o sistema de recompensa. Novos jogos, nova decoração do quarto, novas músicas, novos programas, novas roupas, novo visual, novos interesses e novos estímulos…

Tudo o que for associado neste período como prazeroso terá maior tendência a ser necessário para o resto da vida. As drogas, as tecnologias e os maus hábitos ativam quimicamente esse sistema de prazer, e o contato nessa fase é extremamente perigoso, pois o que é entendido como algo prazeroso dificilmente poderá ser substituído após esse período.

Por isso, o acompanhamento e a participação da família são fundamentais. Afinal, somos resultado das experiências que vivenciamos, das pessoas com quem convivemos e do ambiente a que estamos expostos.



sexta-feira, 19 de agosto de 2022

Os adolescentes são impulsivos. irresponsáveis e egoístas

 O cérebro desenvolve-se de trás para a frente e o neo-cortéx, a parte do cérebro  responsável pelo controlo das ações, que estabelece objetivos, faz planos e escolhe a melhor ação, é a última a desenvolver-se. Por isso, por vezes, os jovens podem parecer perdidos e sem objetivo.

Devido a todas estas alterações cerebrais, um jovem interpreta erradamente emoções e instruções cerca de 40% das vezes.

Pelo mesmo motivo, nesta fase é normal que centralizem os seus pensamentos em si mesmos (chamado"egocentrismo").


Pré-adolescentes e adolescentes têm o cérebro emocional a pleno vapor, o que também explica as mudanças de humor repentinas e conflitos constantes


Os pais são fundamentais nessa fase. "Se, de um lado, há um cérebro fisiologicamente imaturo, é importante que, do outro lado, o ambiente dê o suporte necessário para o desenvolvimento desses jovens", como explica Ana Olmos, neuropsicóloga infantil.


Os pais ora se comovem com as dificuldades dos filhos ora se irritam com os gestos de rebeldia, mas no meio de tudo isso precisam estimular os adolescentes a lidar melhor com a frustração, a cumprir com suas responsabilidades e também a descobrir os seus verdadeiros recursos.





quinta-feira, 18 de agosto de 2022

O Adolescente que eu fui....

 Esta semana trouxe o tema da sexualidade. Tentei trazer reflexões importantes e também tentei trazer estratégias para ajudar os pais a lidarem com esta fase.

Hoje a mensagem que trago é apenas para as mães e para os pais. Espero que a acolham nos vossos corações com muito carinho.

Enquanto pais, para podermos ser fonte de ensinamentos, temos primeiro de fazer algum trabalho dentro de nós próprios.

Todos nós já passámos pela adolescência, alguns com memórias felizes, outros com memórias não tão felizes assim. A verdade é que o chão que pisamos na infância, e posteriormente na adolescência, funciona como alicerce para o adulto que hoje somos.

Na nossa história tivemos dores, vazios, marcas e alguns rótulos que nos aprisionaram (e se calhar ainda hoje nos aprisionam). Infelizmente, para muitas pessoas, o fardo que trazem das suas infâncias e adolescências é bastante pesado.

Por isso, é necessário algum trabalho pessoal dentro de nós mesmos. E isso exige coragem e determinação porque certamente irá doer. Mas, por mais doloroso que possa ser, pense que é uma maravilhosa oportunidade de crescer enquanto pessoa e enquanto mãe/pai. Olhar com carinho para essa parte da nossa vida é crucial para ressignificar a nossa história e, a partir daqui, seguirmos mais conscientes.

Quando eu me reconheço, eu posso me encontrar no outro. Os nossos filhos permitem-nos esse “encontro espiritual” com o nosso ser essencial (que é amor). Através dos nossos filhos, nós podemos nos reacender! 




quarta-feira, 17 de agosto de 2022

A descoberta do Sexo

 A descoberta do sexo é um dos grandes marcos da adolescência. É na adolescência que os jovens descobrem a sua identidade e preferência sexual (e não, isso não depende da vontade ou das ações dos pais ou dos filhos). É uma aprendizagem, um processo de descoberta que não devemos forçar ou impor. Como pais, podemos ajudar, orientar, ser o porto seguro, sem julgamentos. 

A neurociência prova que o cérebro adolescente sofre uma profunda reorganização química e passa por uma grande reorganização estrutural.  Não se trata apenas de um corpo com um novo aspeto, surgem também impulsos e desejos novos, com os quais adolescentes (e os seus pais) precisam de aprender a lidar.


O bom relacionamento com a família e o vínculo com os pais é o alicerce fundamental.

Assegure-lhes que as mudanças físicas e a sexualidade emergente fazem parte do desenvolvimento normal e saudável. 


Mantenha com seu filho uma comunicação aberta sobre relacionamentos saudáveis, sexo, sexualidade, consentimento e segurança. 

Falem sobre comportamentos de risco e de consequências. Certifique-se que dá um exemplo positivo por si mesmo. Deixe espaço para perguntas e permita que tragam dúvidas, anseios e medos no ritmo deles.


Seja para o seu filho o adulto que precisou de ter ao seu lado na sua adolescência.





segunda-feira, 15 de agosto de 2022

Sobre Sexualidade

 É o que nos motiva a buscar afeto, carinho, contato físico. Tem a ver com sentimentos de satisfação e prazer. Cada pessoa vivencia a sexualidade de uma forma diferente e varia ao longo do tempo.

Faz parte da vida de todas as pessoas independentemente da idade. Diz respeito ao nosso corpo, à nossa história, às nossas relações afetivas e à nossa cultura. É muito mais do que sexo.


Na imagem que acompanha este post deixo alguns conceitos que considero importantes para os pais e educadores abordarem. Lembrando que a educação sexual é fundamental a todos, devendo ser abordada com naturalidade e com conversas adequadas à maturidade e à idade das crianças e adolescentes.

A Educação Sexual é uma forma de prevenir abusos e a violência sexual.

A escola é também fundamental, já que é um espaço de socialização por excelência,


DICA: Não existem dúvidas disparatadas: lembre-se de acolher, valorizar e não fazer juízos de valor. Escute os jovens para perceber o conhecimento que eles já têm e responda somente àquilo que lhe perguntarem. 

Se sentir que não está preparado, peça ajuda. 





sexta-feira, 12 de agosto de 2022

A Adolescência é a fase mais complicada da vida! Será mesmos assim?

 As principais transformações, acontecem por volta dos 11 anos de idade. Mas é cada vez mais comum observarmos mudanças bruscas cada vez mais cedo, por volta dos 9 anos. 

Muitas mudanças marcam esta etapa. Meninos e meninas passam a contestar o que os adultos dizem, ficam mais irritadiços, reclamam de tudo, um dia falam demais, noutro dia ficam calados. Surgem as primeiras paixões, as implicâncias e a vontade de conhecer intensamente o mundo, o seu mundo. Os comportamentos variam tanto que pais e professores se sentem perdidos.


A inconstância é uma forma de ajuste. É a maneira que os adolescentes encontram para tentar lidar com o facto de não serem mais crianças – mas ainda não serem adultos. 

Diante de um corpo em transformação, estes precisam construir uma nova identidade e afirmar seu lugar no mundo.


Por isso dizemos que a adolescência é um renascimento, ou um segundo nascimento.






quinta-feira, 11 de agosto de 2022

As Linguagens do Amor

 Saber lidar connosco e conseguir conviver bem com os outros à nossa volta nem sempre é uma tarefa fácil.

Na maioria das vezes, comunicamo-nos uns com os outros da forma que é mais significativa para nós mesmos, ou seja, pensando na nossa própria linguagem. Nem sempre pensamos na linguagem que faz o outro sentir-se mais valorizado, amado, respeitado e importante.


Assim como os adultos no relacionamento amoroso, as crianças e adolescentes precisam ter os seus “tanques de amor” cheios e a transbordar, para que se sintam verdadeiramente acolhidos, plenos e felizes. Por isso, enquanto pais, é essencial percebermos se os nossos miúdos têm real percepção do nosso amor. É vital compreender como percepcionam o nosso amor, qual é a sua linguagem emocional.


A dificuldade de se perceber o amor não é uma limitação dos adultos. Crianças e adolescentes também têm a mesma dificuldade.

No livro As Cinco Linguagens do Amor com as Crianças, Gary Chapman fala sobre as várias formas de se demonstrar e entender o amor.


Gostaria de saber mais sobre este tema?

Envie-me uma mensagem e venha aprender sobre as linguagens do amor da sua família.




quarta-feira, 10 de agosto de 2022

Não somos loucas, somos cíclicas e isso é uma benção

 Um dos três pilares basilares do meu trabalho enquanto educadora parental é o autoconhecimento. Acredito que quando reconhecemos o nosso valor conseguimos encontrar a nossa voz. Quando nos conectamos conosco próprias, com a nossa história, ficamos livres para viver a nossa vida de acordo com as nossas escolhas, as que fazem sentido para nós.

Como mulher, conectar-me com o meu femenino é algo essencial para poder viver a minha vida amorosa e familiar garantindo sempre o autocuidado.


Como mãe entendo que tenho uma responsabilidade acrescida: quero que a minha filha entenda que ser mulher é uma benção. Quero que saiba que não somos loucas, somos cíclicas, que temos o dom de criar, de acolher e de cuidar. Quero que saiba que pode ser uma mulher próspera, abundante e, ao mesmo tempo, pode ser mãe e pode cuidar da sua família: quero que saiba que não tem de escolher uma coisa ou outra. Quero que saiba que a maternidade pode ser leve, feliz e que não tem de abdicar dela própria enquanto mulher.


Por isso hoje a partilha é sobre a importância de aprender e ensinar sobre essa ciclicidade.

Como mães podemos fazer toda a diferença na forma como as nossas meninas se relacionam com elas próprias e na forma como os nossos filhos (meninos) compreendem e respeitam esse sagrado femenino.




terça-feira, 9 de agosto de 2022

Autocuidado é Autoconhecimento

 A sua felicidade e o seu bem estar dependem muito de si! O dos seus filhos também.

 

Uma mãe nunca desiste de um filho, mas não são raras as vezes que desiste de si própria.

 

Para alcançar os nossos sonhos, é preciso primeiro sonharmos.

Não é invulgar encontrar pessoas que não conseguem dizer qual é o seu grande sonho.

Estamos a perder a capacidade de sonhar. Somos os nossos maiores críticos. Censuramos os nossos próprios sonhos.

 

Quando deixamos de sonhar, deixamos de ter "combustível" para ir para a ação, para sair de situações que nos fazem mal. Vamos perdendo a esperança e a fé em nós próprios e no futuro. E isso encolhe-nos, enche os nossos corações de uma tristeza profunda e de uma sensação de falta… um vazio que vai crescendo bem devagar sem sequer termos consciência disso.

 

Por vezes, encontro esses vazios nas mães, mulheres que se vão esquecendo de si próprias. Que deixam de olhar para as suas necessidades, que se “matam” a trabalhar, que dão tudo de si aos outros e deixam de cuidar delas próprias.

Se é uma dessas mulheres, sinta-se abraçada. Não é minha intenção criticar ou apontar dedos. Quero apenas dizer-lhe que tenha cuidado. Os seus filhos serão mais felizes se a mãe estiver bem, feliz e saudável emocionalmente.

 

Aprender sobre si, investir em autoconhecimento e em desenvolvimento pessoal irá libertá-la de amarras e crenças que a paralisam e só diminuem.




segunda-feira, 8 de agosto de 2022

a minha verdade, a tua verdade e a verdade verdadeira

 “Existe a minha verdade, a tua verdade e a verdade verdadeira”

Gosto muito deste texto de Pessoa. Parece confuso mas reflete a mais pura verdade!

 

Quando estamos perante um conflito, uma discussão ou quando estamos numa mera partilha de opiniões, é sempre bom ter a capacidade de entendermos que não somos donos da verdade, que existem perspectivas e “visões” diferentes da nossa, o que não invalida em nada a nossa própria verdade (nem a dos outros).

 

É assim que conseguimos lidar com os conflitos e divergências de forma construtiva.É assim que se acrescenta e chegamos a entendimentos e compromissos. É assim que usamos a comunicação a nosso favor e construímos pontes.

 

Parece fácil, mas nem sempre o é. As nossas ações e reações são influenciadas pelas emoções. Precisamos de saber regular as nossas emoções para conseguirmos usar uma comunicação efetiva e positiva que promova relacionamentos saudáveis e respeitosos.




sábado, 6 de agosto de 2022

Os adolescentes são todos iguais!


A adolescência é uma fase do desenvolvimento do ser humano. Como em relação a qualquer outra fase, a ciência identifica uma série de características e comportamentos “padrão” esperados. Comportamentos necessariamente diferentes dos do adulto, uma vez que as emoções e necessidades dos jovens são também diferentes das dos adultos.


Cada adolescente faz o melhor que pode com os recursos que tem disponíveis, sendo que ainda não tem a capacidade de um adulto.


Gosto de olhar para qualquer fase de mudança como momentos repletos de oportunidades. Oportunidades de crescimento emocional e para fortalecer vínculos e relacionamentos.

Mas, para isso, precisamos ver para além do óbvio: precisamos conhecer e compreender o ser humano por trás do comportamento.

 



quinta-feira, 4 de agosto de 2022

Os grandes Medos de Mães e Pais de Adolescentes

 Aceita o convite para uma reflexão?

Como acha que cada uma destas “coisas más” acontecem (regra geral, existem sempre as exceções)? Como entram nas nossas casas?

Durante a infância uma criança precisa desenvolver 3 crenças essências e fundamentais: ser amada, ser aceite e ser vista como competente pelos pais. É uma necessidade básica, tal como comer, beber ou dormir. Caso não as desenvolva, irá desenvolver as crenças contrárias: não sou amada, não sou especial, não sou capaz.

Numa família onde haja diálogo, confiança, respeito pelas fases de desenvolvimento, onde haja uma relação parental baseada no amor e no apego seguro, no respeito pela integridade (física, mental e emocional) e pela natureza da criança, em que os pais estão conscientemente presentes, atentos e assumem o seu papel de responsáveis pela segurança e desenvolvimento dos seus filhos, proporcionando-lhes experiências adequadas que lhes permitam desenvolver uma autoestima saudável e atender as necessidades (diferente de desejos), é menos provável que essas “coisas más” entrem.

Quando uma criança sabe e vive um amor saudável na família, mesmo que na fase adulta entre num relacionamento abusivo, ela saberá identificar que não é uma forma de amor benigna. Entende?

Não quer dizer que coisas más não vão acontecer. Significa que, se acontecerem, essa criança/adolescente sabe que tem o apoio dos pais. Ela não estará sozinha para lidar com o sofrimento, com a dor. O verdadeiro trauma não está no acontecimento em si, mas no que acontece depois: quando se fica isolado emocionalmente, ao abandono.

Os vícios, a violência, os abusos, os distúrbios alimentares, os comportamentos autolesivos e o suicídio são formas de preencher buracos emocionais gigantescos, São forma de atenuar dores insuportaveis que resultam do desamor, do desamparo e abandono, da solidão, de desadequação, do não pertencimento ou de uma autoestima adoecida.




quarta-feira, 3 de agosto de 2022

“Segurar um adolescente é querer segurar uma barragem com as mãos”

Já alguma vez se sentiu assim?

Ouvimos muitas vezes que temos de ser firmes com os adolescentes, mas afinal o que é essa firmeza? Até que ponto devemos ir?

Acima de tudo penso que temos de ser responsáveis e preservar a integridade física, mental e emocional do adolescente. Mas como é que fazemos isso?

Informando. Dando-lhes conhecimento do que se passa com eles.

Parece óbvio, não é? Mas não. A maioria dos jovens e, até a maioria dos pais, não faz ideia do que se passa durante esta fase!

Uma coisa é certa, vai chegar a altura de eles baterem as asas, de eles querem voar! É a lei da vida. É a vida a acontecer e não adianta querer segurá-los ou aprendê-los em casa, não tem como.

Quando o adolescente compreende que é uma fase, quando ele aprende sobre as particularidades dessa fase e desenvolve a capacidade de as reconhecer em si, ele naturalmente vai encontrando o seu equilíbrio interior.

E um verdadeiro processo de autoconhecimento para o adolescente que transforma toda a dinâmica familiar

O mesmo acontece com os pais. Quando entendem, ficam aptos a construir pontes e a derrubar muros.

Não significa que os problemas, os desafios e os conflitos vão deixar de existir. Significa que eles vão estar preparados para lidar com o que vier.

Um educador parental pode levar esse conhecimento para as famílias, pode ajudar os adolescentes e os pais a entenderem e a viverem esta etapa de uma forma mais leve, amorosa, integra e de forma mais respeitosa para todos.




terça-feira, 2 de agosto de 2022

Quando cuidamos dos pais, cuidamos duplamente da criança

 

Gosto muito de trabalhar com os pais. Gosto de os ajudar a ter um olhar amoroso para sua própria história.

Muitos adultos que são hoje pais não foram ensinados a sentir. Não foram incentivados e/ou autorizados a expressar as suas emoções.

São adultos que não puderam viver muitas das suas dores, angústias e medos: foram silenciados na sua infância e adolescência. Por isso, hoje, carregam grandes vazios emocionais.

Mais tarde ou mais cedo isso acaba por aparecer e impactar na relação com os seus filhos, afinal o que acontece na infância e na adolescência não fica por lá….. É nesta fase que pedem ajuda. Ajuda para melhorar os comportamentos dos filhos.

Raramente estes adultos têm consciência que trabalhar e integrar a sua história é o que vai fazer a diferença. Por isso, é tão incrível quando chegamos àquele ponto em que a pessoa se torna consciente da sua história, dos seus padrões, dos porquês.

E é incrível ver como isso faz toda a diferença para que a transformação de facto ocorra na família.



Resoluções de Ano Novo

 Geralmente, em dezembro, fazemos o balanço do ano. Refletimos sobre o que correu bem, o que poderia ter sido melhor, o que ficou por fazer,...