segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022

Competência Emocional

Ajudar crianças e jovens a desenvolver competência emocional é essencial para que possam organizar o seu sentir. Para que possam ter um diálogo interno saudável e reconhecer as suas próprias emoções. Porquê?
Porque as suas ações são determinadas e acompanhadas pelas emoções.
Os comportamentos vêm inundados de emoções e, as crianças e jovens, expressam as suas necessidades através do comportamento (assim como os próprios adultos).

Ter competência emocional é conhecer e saber sobre as emoções:
-é conseguir nomear a emoção;
-é conseguir verbalizar o sentir: onde sente e como sente fisicamente a emoção;
-é perceber como agimos quando estamos “tomados” por aquela emoção;
-é desenvolver e conhecer ferramentas e estratégias que podemos usar para lidar com as emoções;

E isto não tem uma receita pronta. Cada criança, cada jovem é único no seu sentir. A forma de sentir de um pode ser completamente diferente da forma de sentir do outro. Assim como as ferramentas que funcionam e ajudam para um são certamente diferentes das que funcionam para outro. Então a criança precisa  de descobrir por ela, para conseguir encontrar a sua própria forma de se organizar.
Ninguém nasce a saber fazer isto. Temos que aprender.

Permitir e ajudar crianças e jovens a terem esta perceção, a reconhecerem o direito que cada um tem de sentir, promovendo a empatia e o respeito é fundamental. É algo que eles vão precisar usar por toda a vida. É algo que vai fazer a diferença e ditar a qualidade das relações da sua vida.

É isto que faço através de dinâmicas lúdicas que uso nos workshops e nas oficinas de emoções para crianças e jovens: ensino sobre emoções, ensino sobre reconhecer o seu sentir, sobre validar emoções e, acima de tudo, ensino que o sentir de um é do tamanho do sentir do outro (Igual Valor). 

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022

O Respeito pela Integridade das Crianças e Jovens


 Sobre o respeito pela integridade de cada um.

Uma das principais necessidades que crianças e jovens sentem é serem aceites e amados por aquilo que são. É poderem ser autênticos e sentirem que os pais ou, as suas pessoas de referência, os amam incondicionalmente aconteça o que acontecer.

Que os aceitam em toda a sua plenitude: o lado bom e o lado mau.


Como é que nós, pais e cuidadores, respeitamos a integridade dos nossos filhos?

Quando lhes damos espaço para serem eles próprios sem julgamentos, sem culpas e sem vergonhas.

Quando eu (mãe/pai) não tenho desejo ou intenção de mudar o “jeito” do meu filho.

Quando o meu desejo e a minha intenção é ajudar o meu filho a usar o seu próprio "jeito de ser” a favor dele.


E o que é o “jeito de ser”? É a soma dos seus pensamentos, sentimentos, emoções, desejos e necessidades.

As crianças e os jovens precisam que o seu sentir seja visto e validado por nós.

Não estou a falar de validação de comportamentos. Estou a falar de validar o sentir. As emoções são amorais. Corrigimos comportamentos. Validamos as emoções.

Isto é respeito pela integridade do meu filho.


Ensina-me mais sobre o meu filho

 “Ensina-me mais sobre o meu filho”



Amo esta frase. É isto que eu quero realmente fazer. Ensinar pais e familiares a compreender, a ver e a respeitar verdadeiramente as suas crianças. 

Trabalhar dentro do contexto das dinâmicas familiares com base no desenvolvimento emocional de crianças e adolescentes. Ajudar os pais a olharem para as emoções e as necessidades dos seus filhos com um olhar amoroso e respeitador.


As crianças nascem boas, cheias de potencial, genuínas, cheias de energia, cheias de si próprias e preparadas para amar incondicionalmente.. Ao longo do seu crescimento, nós pais (muitas vezes por falta de conhecimento e sem qualquer noção das consequências dessa falta de saber) vamos diminuindo, limitando e encolhendo os nossos filhos. Depois, lá mais para a frente, ficamos perdidos quando olhamos para o jovem que temos à nossa frente e não o reconhecemos. Nesse momento olhamos para ele e concluímos que está “estragado” e que precisamos de procurar ajuda para o consertar.


Porquê esperar que esteja "estragado''? Porque não atuar antes, quando tudo está bem. Porque não apostamos na prevenção e no empoderamento?

A Educação Parental é o que permite aos pais aprenderem a lidar com os seus filhos.

A Educação Parental prepara, fortalece e sustenta os pais naquele que é um dos papéis mais maravilhoso e mais importante das nossas vidas: ser mãe e ser pai.

Sabemos que ninguém nasce a saber ser mãe e pai, sabemos que é uma aprendizagem diária cheia de desafios, de medos e incertezas que trás à superfície a nossa história, as nossas dores…. começamos a alimentar a culpa e a vergonha porque nos sentimos incompetentes como pais.

Vivemos na era da informação mas estamos submersos e perdidos no meio de um caos. Somos muito pouco seletivos na informação que consumimos e fazemos más escolhas. O conhecimento é muito pouco. 

Estamos cada vez mais desconectados de nós próprios… como vamos nos conectar com o bem mais precioso que temos nas nossas vidas?


Vamos juntos parar de criar barreiras e alimentar rótulos. Vamos juntos criar pontes!


As crianças são ótimas observadoras mas péssimas intérpretes

 Será que os nossos filhos sentem e entendem o quanto nós pais os amamos e aceitamos?

Será que os alunos nas escolas se sentem e entendem como aceites, válidos e importantes pela comunidade escolar?


Existe uma diferença entre o que nós adultos sentimos e o que as crianças e jovens interpretam. Tem tudo a ver com a forma como demonstramos esse amor, essa aceitação. Não bastam palavras. É muito mais profundo do que isso. Passa pela forma como nos relacionamos com eles, com as várias linguagens que usamos. Tem a ver com o nosso comportamento, as nossas atitudes, as nossas ações e sim, também com a nossa comunicação.


Não temos controle sobre a interpretação da criança, mas temos a responsabilidade e o poder de olhar para nós, para as nossas atitudes, para o nosso discurso e para o ambiente para podermos dar à criança o senso de pertencimento e aceitação.


Cuidado para não colocar o seu foco no sítio errado. Focar-se nas notas, nos prémios, nos quadros de valor e excelência e nas menções honrosas em vez de focar no bem estar emocional, mental e físico, leva muitas crianças e jovens a acreditarem que o seu valor e o direito de serem amadas e aceitas depende do seu desempenho.

É essencial que os nossos miúdos saibam (pensem, sintam e percebam na prática) que os pais e educadores os valorizam e os aceitam independentemente de serem ou não os melhores em alguma disciplina ou atividade.


“As crianças são ótimas observadoras mas péssimas intérpretes”

Rudolf Dreikurs



A Revolução na Educação


 Vejo e sinto cada vez mais pais e professores exaustos e desencorajados.

Isto preocupa-me porque as crianças e jovens da atualidade precisam mais do que nunca de adultos encorajados e emocionalmente competentes. Já deu para perceber que não são as competências técnicas que vão “salvar” as relações humanas.


Já todos percebemos que o sistema educativo que vigora nas escolas está caduco, obsoleto. Não serve às novas gerações, as quais trazem novas mentalidades, novos desafios, novas habilidades e necessidades diferentes. No entanto continuamos a querer impor algo que já não faz sentido.

Temos que fazer melhor. Temos que aprender com eles e, para isso, temos que ir ao encontro deles. Somos nós que temos que apanhar o comboio.


A questão é que a maioria de nós está parada na indignação, na reclamação. Vivemos a apontar os dedos para tudo e para todos mas não fazemos nada. Não saímos do lugar.

Ação gera movimento. O movimento gera emoção e encorajamento. E precisamos mesmo muito de nos encorajarmos!

A mudança começa em mim, em si, em cada um de nós. Não temos que mudar todos ao mesmo tempo. Não temos que mudar tudo de uma só vez. Sejamos realistas. Sejamos conscientes. Vamos focar em cada um de nós, naquilo que cada um de nós pode começar a fazer já hoje. Aos poucos, a mudança que acontece connosco influencia e encoraja os que estão ao nosso redor… que começam também a trabalhar na sua própria mudança.


A dada altura seremos muitos os encorajados, muitos os que aprenderam e apanharam o comboio e juntos conseguiremos ter efeitos sobre o sistema, as leis e poderemos gerar transformação.

Comece já hoje. Comece por si. Aprenda. Envolva-se com crianças e jovens. Integre-se em grupos que lhe tragam conhecimento e seja seletivo com a informação que consome. Foque em si. Não queira mudar o outro. É sobre si próprio.


Seja um agente de mudança. Liberte-se das amarras das suas crenças. Deixe os julgamentos de lado. Abra a sua mente para o desconhecido, para o incompreensível, para o novo, para a diferença. ENCORAJE-SE!


Fonte: Evento “A Revolução na Educação” de Sandra Matos, da Escola Babyoga Portugal


As crianças da atualidade são diferentes!


As crianças da atualidade são diferentes. Comportam-se de forma diferente.

Antigamente as crianças reconheciam a autoridade dos pais e simplesmente não a contestavam!

Verdade. Chama-se evolução. 


Ao longo dos últimos anos aconteceram grandes mudanças na sociedade.

Uma das mudanças que mais impacta é a “queda” dos modelos de submissão.

Quer um exemplo? Antes a palavra de um pai era um decreto inquestionável não só para os filhos mas também para as mães. A decisão do pai era a definitiva.

Atualmente a mãe deixou de ser um modelo de submissão.


Hoje em dia, todos os grupos minoritários exigem os seus direitos de igualdade e dignidade. Todos lutam por isso. É um direito fundamental e universal.

As crianças estão simplesmente a seguir o que vêem acontecer à sua volta. 

Nós pais somos os primeiros a querer que elas se tornem adultos decididos e determinados, livres e capazes de se protegerem e de concretizarem os seus sonhos. Adultos que não aceitem nem se sujeitem a relacionamentos abusivos e destrutivos.


Para que (amanhã) eles possam ser esses adultos, hoje, precisam de ser crianças teimosas, que questionam, que contestam. Crianças curiosas, que testam limites, que querem tomar decisões, que precisam se sentir importantes e especiais, capazes e desafiadoras. Crianças que fazem escolhas erradas porque não têm ainda a maturidade e as habilidades necessárias, mas que têm direito a serem tratadas com respeito e dignidade.

O grande desafio dos pais e educadores de hoje é saber lidar com estes comportamentos naturais e esperados sem as ferramentas e estratégias que realmente funcionam.


A liderança e a orientação do adulto são essenciais, afinal, é o adulto que dá à criança a oportunidade de desenvolver as habilidades de vida e sociais que ela precisa, num ambiente de gentileza e firmeza, em vez de um ambiente de culpa, vergonha e dor.

Precisamos compreender que a cooperação baseada no respeito mútuo e responsabilidade compartilhada é mais eficiente que o controle autoritário e abusivo.


O que é a Educação Positiva?

Segundo o modelo da Escola de Parentalidade e Educação Positivas é uma forma construtiva de educar baseada no respeito mútuo, na firmeza, na empatia e na generosidade, respeitando sempre a natureza de cada criança.

A educação positiva não humilha nem usa qualquer tipo de violência seja física, verbal ou emocional.


Reconhecemos as crianças como capazes e nunca inferiores a nós, entendendo que não é uma relação de igual para igual e que adultos e crianças assumem papéis diferentes na relação.

Compreendemos que as crianças precisam de nós, da nossa orientação, segurança e proteção. Assim sendo, somos nós pais e educadores, os responsáveis por proporcionar a cada criança o ambiente de que ela precisa para crescer e se desenvolver de forma saudável e segura.


Quem sustenta esta forma de educar é o adulto. É o adulto que guia, que orienta, que comunica e que dá o exemplo. É também o adulto que tem a autoridade na relação.

É essencial que os pais, educadores e professores assumam de forma clara essa autoridade para que os papéis na relação não se invertam. 

Para tal, os adultos precisam de se afirmar, ser assertivos e congruentes na definição de regras e limites, na promoção do diálogo e da escuta, incentivando as crianças a pensarem e a encontrarem elas próprias as suas soluções. 

Como? Usando gentileza e firmeza ao mesmo tempo e garantindo sempre dignidade e respeito no relacionamento.


O objetivo é criar adultos felizes, saudáveis, íntegros, responsáveis, autónomos e capazes.

Adultos que se aceitam e se respeitam a si próprios e aos outros, entusiasmados pela vida, de mente aberta, hábeis na resolução de problemas e dispostos a aprender. Adultos focados nas soluções e não nos erros. Adultos empenhados na construção de relacionamentos saudáveis, na cooperação e na construção de um mundo melhor.


E então? Ainda tem dúvidas sobre esta forma de educar?

Queridos pais, educadores e professores: imaginem como seria relacionarem-se assim com as vossas crianças? Em casa, na escola, … em qualquer lugar?

Sim, é possível!  A decisão é de cada um de nós.



Autocuidado

 Uma das aprendizagens mais importantes que fiz, enquanto mãe, foi que cuidar de mim é vital e é da minha inteira responsabilidade.

Também percebi que é um compromisso diário e não apenas aos fins de semana ou nas férias, afinal eu existo todos os dias. Não tem nada a ver com egoísmo e é mesmo absolutamente essencial.


Para conseguir ser a mãe que eu quero ser e ter relacionamentos saudáveis e equilibrados com os meus filhos eu preciso de me alimentar bem, de dormir o suficiente, de descansar, de descontrair, de fazer coisas que eu gosto que me estimulam e me motivam.

Para mim isto é autocuidado. Da mesma forma, dizer “não” e fazer respeitar os meus limites é também autocuidado para mim.


E por que razão digo que é essencial? 

Porque o meu estado de ânimo vai ter impacto direto nas minhas ações e na forma como eu me  relaciono com os meus filhos que, por sua vez, terá impacto no comportamento deles.

Se eu não conseguir regular as minhas emoções e gerir o meu comportamento, dificilmente serei capaz de ajudar as minhas crianças na sua regulação emocional. Lembrando que quanto menor for a idade, mais a criança vai precisar de mim para se regular.

Além disso, é importante mostrar aos nossos filhos que cuidamos de nós, não só fisicamente mas emocionalmente.


Se queremos que os nossos filhos estejam equilibrados emocionalmente, que sejam crianças felizes, descontraídas e de bem com a vida, somos nós pais que temos de proporcionar um ambiente equilibrado e emocionalmente suportivo. Para isso temos de cuidar de nós e do nosso equilíbrio (tendo sempre consciência que esse equilíbrio será sempre imperfeito).


O que é autocuidado para si? 

O que é importante fazer hoje por si?

Pense a seu favor. Ter pouco tempo é diferente de “não ter tempo”. Qualquer número é maior do que zero.

Se tem 10 minutos livres, que seja! O que vai fazer com eles?



O poder do Abraço

Costuma abraçar as suas crianças?

Em que situações? Com que frequência?


Parecem perguntas disparatadas, mas desafio-vos a fazerem uma pequena reflexão.

Usa o abraço como uma recompensa? Por exemplo, quando a criança tem um bom comportamento, atitude ou um comportamento que vai de encontro às suas expectativas.

Se for este o caso, cuidado.

A mensagem que a criança percebe é que só tem direito a abraços quando se porta bem e age como os pais esperam.


Os abraços são manifestações de amor, de carinho e de bem querer. A criança tem direito a eles de forma incondicional.

Experimente abraçar o seu filho num momento desafiador, de frustração, de desalento, de erro e de falha dele. Perceba o verdadeiro poder desse abraço.

Com esse abraço a criança vai sentir que é importante para si, que se preocupa com ela e, que pertence! Para uma criança não existe melhor porto de abrigo ou sítio mais seguro para estar do que entre os braços dos pais!


Não economize nos abraços. Não economize no mimo. Seja generoso no colo e no amor. Quanto mais, melhor!

Não existe tal coisa como amor ou mimo a mais! O que existe é falta de regras e limites. O que “estraga” as crianças é a incoerência, a inconsistência e a falta de entendimento dos pais sobre os papéis que cada um ocupa no sistema familiar.

O amor cura, liberta e é absolutamente transformador!



Autenticidade

 Em vez de pensar “o meu filho está a desafiar-me!”, pense “o meu filho quer conectar-se comigo, tem necessidade de interagir comigo, precisa de tempo comigo para me conhecer ainda melhor”.


Na maioria das vezes é sobre isto: uma necessidade não atendida.

Para que exista um vínculo é necessário haver relacionamento. Aliás, a forma como nos relacionamos com os nossos filhos diz muito sobre a qualidade da relação que temos com eles.


Não obrigue a criança a sacrificar a autenticidade dela para conseguir assegurar o apego consigo.

Muitas vezes castigamos os nossos filhos quando eles estão apenas a ser autênticos.

Já parou um pouco para pensar sobre isto? Qual a razão que nos leva a fazer isso?

É apenas a minha opinião, mas penso que se deve ao facto de nós próprios não conseguirmos sustentar a nossa autenticidade.

Parece que temos medo ou vergonha de ser diferentes, de não caber na caixinha da normalidade. E o pior… é que nos arriscamos a passar isso para as nossas crianças.


Cuidado para não adicionar “vergonha” à relação. A vergonha contamina. A vergonha impacta diretamente na identidade da criança.


Sabia que a autenticidade é um dos grandes valores da Parentalidade Consciente?

Verdade! 



MATRESCÊNCIA


 Já ouviu falar em “matrescência”?

Alexandra Sack, psiquiatra que trabalha com mulheres grávidas e no pós-parto, usa este termo para descrever o processo da mulher de se tornar mãe.

Ou seja, para falar sobre o período de tempo que começa no momento em que o bebé nasce e se prolonga por vários meses. 

Durante este período, a mulher passa por mudanças dramáticas ao nível do corpo, do sistema hormonal, dos sentimentos e emoções que podem ser verdadeiramente assustadoras e dolorosas.

Este processo não é simples nem automático, ao contrário do que muitas de nós espera e acredita que seja.


É uma construção muito dual em que amamos visceralmente o nosso bebé ao mesmo tempo que temos saudades de nós, da vida de antes, da nossa liberdade. 

É a dualidade de sentir uma profunda gratidão pela nova vida que temos nos braços ao mesmo tempo que vivemos um “luto” pela vida que ficou para trás.


Seria mais fácil se nos ensinassem que um sentir não invalida o outro, que essa dualidade existe e é natural. Mas a sociedade invalida isso.

Muitas mães são invalidadas no seu sentir, pelo que começam a distanciar-se de si próprias numa tentativa de ocultar o seu sentir.


Muitas mães receiam estar a passar por uma depressão pós-parto porque não estão a gostar da maternidade, não se sentem capazes, não sentem instintivamente a maternidade e sentem coisas que não deveriam… não se sentem felizes e completas


É essencial entender que é um processo natural que requer tempo, coragem, resiliência e humildade.

Acolha-se, valide o seu sentir e procure uma rede de apoio que respeite o seu processo e o seu tempo. Se achar que não é o suficiente, procure ajuda profissional. 

Nunca desista de si: da mulher, da mãe e da pessoa que é.

Com o tempo vai perceber e aprender a construir um doce espaço onde existe lugar para a mulher e para a mãe. Um espaço onde elas se misturam sem se anular.


Mães perfeitas não são reais

 É na prática, no dia a dia com os nossos filhos, que a desconexão connosco próprias se manifesta e vai ter consequências.

A maioria das mulheres aprende que ser uma “boa mãe” é ser aquela que dá tudo de si, que se coloca sempre em último lugar, aquela que quando se torna mãe simplesmente se anula.

Às vezes parece que o nosso valor enquanto mães está diretamente relacionado ao quanto  cansadas estamos. Parece que quanto menos dormimos, quanto mais difícil estiver a ser o nosso maternar, melhor mães estamos a ser. Como se tudo isso fossem sinais que estamos a executar o nosso “papel” na perfeição.


Cuidado. Estejam atentas. A sobrecarga tem um preço muito alto..

Durante os meses de gestação sonhamos e idealizamos mil e uma coisas. Preparamo-nos fisicamente para a chegada do nosso bebé, preparamos o ambiente com todo o cuidado. Mas na maioria das vezes, não estamos preparadas emocionalmente para a grande reviravolta que a chegada de uma criança trás. Ninguém fala sobre a desconexão, sobre a confusão.. assim, quando a sentimos simplesmente calamos… porque pensamos que o problema está em nós. E aí vem a culpa e a vergonha.

 

Precisamos alinhar as nossas expectativas e perceber o que não faz sentido para nós. Precisamos deixar morrer a ideia da “mãe perfeita”, que dá conta de tudo e que está sempre bem disposta e com um aspecto incrível!

Precisamos aprender a limitar, a dizer não, a pedir ajuda e a aceitar ajuda.

Precisamos de aprender a desenvolver e a confiar na nossa intuição, porque na hora dos desafios é ela que nos vai guiar.


Precisamos de recursos, de conhecimento, mas jamais nos podemos esquecer que as ferramentas, os conhecimentos, os livros têm que ser recursos que nos apoiam e libertam.

Nada de ficar aprisionadas.

Os nossos filhos precisam de mães autênticas, conectadas e conscientes. Os nossos filhos precisam de mães felizes. A perfeição é uma ilusão e uma total perda de tempo.


A todas as mulheres que foram mamãs recentemente, que vivem os primeiros meses de maternidade, deixo aqui um abraço muito apertado e uma mensagem: não tem que ser um sofrimento, pode ser leve!



O Convite que os nossos filhos nos trazem

 Uma das falas recorrentes que ouço de pais que tentam mudar a sua forma de educar e abraçar uma educação mais consciente e respeitosa (ao fim de 15 dias, às vezes até menos) é: “isto não funciona”!

Sabe a razão pela qual não funciona?

Porque o “querer mudar”, o decidir mudar é apenas o primeiro passo. É absolutamente fundamental, mas precisa de sustentação. 


Quando decidimos mudar alguma coisa é porque sentimos desconforto, descontentamento com alguma coisa que não está a funcionar: é o nosso PORQUÊ (o nosso norte e guia interior; é como que um lema).

“quero deixar de gritar, de punir, quero que os meus filhos corram para mim e não de mim”

O meu “PORQUÊ” é o que vai sustentar o meu “COMO”.


Mudar a forma de educar, implica mudar os nossos comportamentos, os nossos padrões automáticos. E é aí que está a grande dificuldade: é preciso reprogramar o nosso cérebro, é preciso mostrar um caminho novo e repetir sucessivas vezes, para que esse novo caminho substitua o outro.

Precisamos de estar conscientes dessa dificuldade e precisamos ter bases que nos sustentem:

1º)Precisamos saber quem somos. Se eu não me permitir ser quem sou, como vou conseguir permitir que o meu filho seja?


2º)Para fazer diferente temos que desconstruir a ideia que temos de “educação” e, para tal, é preciso visitar a nossa infância. É necessário olhar para as nossas dores/feridas e crenças porque isso impacta a nossa vida e a nossa parentalidade. Precisamos nos reconectar conosco para que possamos reprogramar crenças e abrir espaço para novos conceitos.


3º)Precisamos de novos recursos de educação.

Relembro que a educação consciente nada tem que ver com permissividade. Os limites existem, estabelecemos regras, dizemos “não” e exercemos autoridade (sem autoritarismo).

É fundamental entender sobre desenvolvimento infantil: sobre as fases naturais, sobre como funciona o cérebro da criança, sobre comportamentos esperados para cada fase.

E, se vamos deixar de usar o grito, a punição e a recompensa (ferramentas da educação tradicional), ficamos com o quê? Como vamos educar?

É necessário aprender novas ferramentas. E aqui entram as ferramentas da disciplina positiva.


Este é o grande desafio da parentalidade consciente e é também o convite incrível que os nossos filhos nos trazem: desconstruir para juntos (pais e filhos) construirmos uma parentalidade única, autêntica que faça sentido para o nosso sistema familiar, em que todos possam SER quem vieram para SER. Uma parentalidade baseada no amor, no respeito, no igual valor, na liberdade que garanta um ambiente emocionalmente suportivo onde os nossos filhos se sintam amados e aceites. 



 Para que a família possa ser esse lugar de empoderamento e de aprendizagem respeitosa, é essencial existir uma conexão verdadeira.

Essa conexão só é possível quando libertamos os nossos filhos das nossas expectativas.

Só assim eles poderão ser aquilo que verdadeiramente são:  seres humanos únicos com características,  temperamento e personalidade também únicos.

Torna-se também essencial conhecer as diversas fases do desenvolvimento infantil, para podermos saber como chegar até eles e o que podemos exigir ou esperar.


Quando aceitamos um filho como ele  é (colocando de lado as nossas expectativas), então estamos realmente a respeitar a sua individualidade e podemos oferecer o espaço seguro para que eles possam ter as suas próprias experiências e façam as suas aprendizagens.

Sempre com a nossa orientação, com muito amor, respeito, diálogo e colocando limites adequados com firmeza e gentileza.


Como lida com as suas expectativas?

Tem consciência que os seus filhos não são uma continuação sua?



quinta-feira, 17 de fevereiro de 2022

Habilidades Sociais

🙂Quando falamos de habilidades convém diferenciar entre habilidades técnicas e habilidades sociais.

🤸‍♀️As habilidades técnicas são, por exemplo, as desportivas, as artísticas, as verbais, as lógico-matemáticas. Geralmente este tipo de habilidades acabam por ser o foco das atividades escolares e extra curriculares.

🌻No entanto, as habilidades mais necessárias a serem desenvolvidas na infância são as habilidades sociais. Afinal a comunicação interpessoal é parte essencial da atividade humana.

🗝São as habilidades sociais bem desenvolvidas que irão possibilitar que a criança transite pelos vários ambientes, onde irá adquirir as habilidades técnicas.

👶🏻AS 14 habilidades sociais devem começar a ser desenvolvidas desde a primeira infância, na relação familiar e escolar. Sendo algumas mais necessárias que outras, em determinada idade.

🏠Pais e professores podem trabalhar e desenvolver habilidades sociais no dia a dia, na rotina natural da criança. A escola e a família podem ser excelentes ambientes para a aprendizagem pela via do exemplo e da experimentação.

🌟É desta forma que a criança aprende que pessoas diferentes têm comportamentos diferentes numa mesma situação, ou a mesma pessoa tem comportamentos diferentes em situações similares e, ainda assim, esses comportamentos são apropriados porque respeitam a contextos diferentes.

🤔Agora reflita:

👉no seu sistema familiar qual ou quais destas 14 habilidades sociais precisa(m) de ser mais trabalhada(s)?

👉Sabe o que pode fazer para a desenvolver?

A importância da Comunicação nas relações familiares


Estabelecer uma boa comunicação entre pais/cuidadores e filhos é fundamental para o desenvolvimento saudável da criança.
A compreensão dos estados emocionais e a gestão emocional nem sempre são tarefas fáceis e requerem aprendizagem.

❤️Nutrir bons diálogos na dinâmica familiar é essencial para o desenvolvimento de boas relações humanas, pois permite à criança desenvolver e treinar a capacidade de conversar sobre as suas angústias e medos.  Através de boas conversas os pais podem auxiliar a criança a expressar as suas emoções, a dar “nome” e a ordenar os seus sentimentos de forma que ela consiga exprimir as suas necessidades. Desta maneira, a criança sente-se acolhida, segura e respeitada.

🖐Mas atenção, a comunicação não acontece só pela via verbal. Comunicamo-nos muito não verbalmente: com o olhar, com gestos, com a forma como movimentamos o corpo.
Então deve haver cuidado para não enviar mensagens contraditórias à criança, ou seja, a linguagem não verbal e a verbal devem estar alinhadas.
⭐️Lembre-se sempre disto: as crianças não precisam de pais perfeitos, apenas precisam que os pais sejam congruentes e humanamente falíveis.

👉A comunicação permeia todas as áreas da vida, dá o sentido e significado da conversa. Ter boas conversas e fazer boas perguntas é a chave para uma boa comunicação.

Daqui a alguns anos, dificilmente os nossos filhos se vão lembrar de detalhes de um filme ou de uma viagem, mas vão lembrar para sempre como se sentiam ouvidos, amados e respeitados nos momentos de conversa em família.

Agora pare um pouco e responda às seguintes perguntas:
🔹Na sua dinâmica familiar existe tempo para o diálogo entre pais e filhos?
🔹Todos os membros da família se sentem acolhidos e respeitados?

As crianças e jovens da atualidade

🎯As crianças e jovens do século vinte e um têm, desde cedo e de forma facilitada, acesso a muita informação, tendo um nível de percepção e de sensibilidade apurada. É completamente diferente da criança de décadas atrás. A realidade social mudou. Os desafios de hoje não são comparáveis aos desafios de outros tempos.

Ter consciência disto é fundamental e quanto mais depressa pais, cuidadores, educadores e professores compreenderem e aceitarem este facto melhor será para todos nós.

🖐Bater, humilhar e insultar a criança não resolve questões comportamentais da criança contemporânea.
Os maus tratos acabam por gerar um ciclo de comportamentos cada vez mais inadequados.
Consequentemente, as punições também começam a ser cada vez mais severas e o pior é que continuam a não resolver nada.

☹️A violência física, a violência verbal e o assédio moral só fazem com que a criança fique emocionalmente esburacada.
Porquê?
Porque a criança faz de tudo para continuar a amar os pais e, muitas vezes, para os continuar a amar ela deixa de se amar a si própria. Ela prefere acreditar que é ela que não presta, que não é suficiente, que é ela que tem alguma coisa de errado a acreditar que a mãe ou o pai não a amam.
Consegue imaginar as repercussões disso na vida de uma criança? Na forma como se relaciona com outras crianças e adultos?
Consegue imaginar no adulto em que essa criança se irá transformar?

🕊É preciso educar para a paz, não para a guerra.
💗A paz no mundo começa nas nossas casas. Em cada família. Em cada mãe, pai, cuidador, educador e professor. Com o exemplo, com amor, com apreciação, com respeito e com alegria.
Nunca é tarde para mudar. Só precisamos de querer mudar, de querer fazer diferente.

Resoluções de Ano Novo

 Geralmente, em dezembro, fazemos o balanço do ano. Refletimos sobre o que correu bem, o que poderia ter sido melhor, o que ficou por fazer,...